O Brasil enfrenta um surto de influenza em meio à baixa adesão à campanha de vacinação contra a gripe. Com apenas 35,9% do público-alvo imunizado, o país registra um crescimento preocupante nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo boletim divulgado nesta quinta-feira (5) pelo InfoGripe/Fiocruz.
Ao menos 15 estados e o Distrito Federal estão em alerta ou alto risco para casos graves, principalmente devido à circulação do vírus influenza A, responsável por grande parte das internações e mortes registradas nas últimas semanas.
Entre os estados com piores índices de cobertura vacinal, destacam-se Rio de Janeiro (21,75%), Bahia, Maranhão, Mato Grosso e Pernambuco, todos abaixo dos 30%. Mesmo entre os grupos prioritários, os números são considerados baixos: idosos (38,83%), crianças (30,5%) e gestantes (23,35%).
A Fiocruz identificou aumento expressivo de SRAG em Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e no Distrito Federal. De acordo com o boletim, os idosos concentram a maioria das hospitalizações e óbitos. Nas últimas quatro semanas, cerca de 75% das mortes por SRAG foram causadas pelos vírus influenza A ou B.
Especialistas apontam que o cenário pode estar sendo agravado por uma combinação de fatores: possível mutação viral, clima seco típico do outono e a baixa cobertura vacinal. A presença de cepas mais agressivas e a queda na imunização da população elevam o risco de complicações respiratórias, especialmente entre os mais vulneráveis.