O veleiro Madleen, que transportava ativistas da Coalizão Flotilha da Liberdade com ajuda humanitária para Gaza, foi interceptado por forças israelenses nas primeiras horas desta segunda-feira (9), por volta das 2h, no horário local. A embarcação foi cercada por quatro barcos não identificados e sobrevoada por drones que lançaram uma substância branca, semelhante a tinta, segundo relatos de quem estava a bordo.
Entre os 12 ativistas a bordo estão o brasileiro Tiago Ávila e a sueca Greta Thunberg, cujo paradeiro permanece desconhecido até o momento. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, solicitou a libertação imediata dos detidos.
De acordo com os relatos, as comunicações foram interrompidas à força e sons de alta frequência passaram a ser transmitidos via rádio, dificultando qualquer pedido de socorro. “Eles estão interferindo no rádio, não podemos pedir ajuda!”, denunciou Tiago Ávila antes da interrupção do sinal.
Na véspera da interceptação, a Agência de Radiodifusão de Israel já havia informado que o exército pretendia capturar o Madleen e levá-lo ao porto de Ashdod, onde os tripulantes seriam detidos.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou a detenção da embarcação e ironizou a iniciativa nas redes sociais, chamando-a de “iate das celebridades”. A chancelaria afirmou que os passageiros “devem retornar aos seus países de origem” e divulgou um vídeo mostrando os ativistas recebendo água e alimentos.
A Coalizão Flotilha da Liberdade confirmou que a ativista alemã Yasemin Acar foi detida. Em um vídeo publicado nas redes sociais da coalizão, Yasemin afirma: “Se vocês estão vendo este vídeo, fomos interceptados no mar e sequestrados pelas forças de ocupação de Israel”.
Até o momento, não há informações confirmadas sobre o estado de saúde dos ativistas detidos, incluindo Tiago Ávila e Greta Thunberg. O Instituto Brasil-Palestina (IBRASPAL) publicou em seu perfil no X (antigo Twitter) um vídeo gravado por Ávila antes do embarque: “Se você está assistindo a este vídeo, significa que fui detido ou sequestrado por Israel ou outra força”.
A operação reforça a política israelense de bloqueio marítimo à Faixa de Gaza, criticada por organizações internacionais e movimentos de solidariedade à população palestina.