O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta quarta-feira (18) o pedido da defesa do general Walter Braga Netto para adiar a acareação com o tenente-coronel Mauro Cid, marcada para a próxima terça-feira (24), às 10h.
A defesa alegava conflito de agenda, já que o advogado principal, José Luis de Oliveira Lima, estaria em viagem internacional. Moraes, porém, destacou que o réu é assistido por uma equipe de advogados, e que o procedimento poderá ocorrer normalmente com o apoio dos demais defensores.
A acareação foi autorizada pelo próprio ministro a pedido da defesa de Braga Netto, que contesta declarações de Mauro Cid dadas no inquérito das milícias digitais. Segundo os advogados, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, agora delator, não apresentou provas contra o general.
Durante o procedimento, os dois réus ficarão frente a frente para esclarecer possíveis contradições em seus depoimentos. Moraes reforçou que, por serem réus, nenhum dos dois tem obrigação legal de dizer a verdade, podendo se recusar a responder perguntas que os incriminem.
Mauro Cid afirmou em delação que Bolsonaro e aliados buscavam identificar supostas fraudes nas urnas eletrônicas para gerar instabilidade institucional e pressionar as Forças Armadas a intervir no resultado das eleições de 2022, nas quais a chapa Bolsonaro-Braga Netto foi derrotada.