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Pesquisa mostra que Insegurança alimentar recuou no Brasil

Pesquisa mostra que Insegurança alimentar recuou no Brasil
Publicado por Adriana Nogueira | Data da Publicação 10/10/2025 12:15 | Comentários: (0)

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O Brasil registrou em 2024 uma redução significativa na proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar. De acordo com dados do IBGE, divulgados nesta sexta-feira (10), o percentual caiu de 27,6% em 2023 para 24,2% neste ano. Na prática, isso representa que cerca de 2,2 milhões de lares deixaram de enfrentar dificuldades no acesso à alimentação adequada, reduzindo o número total de domicílios afetados de 21,1 milhões para 18,9 milhões.

A insegurança alimentar é classificada em três níveis. No estágio leve, as famílias enfrentam incertezas quanto ao acesso futuro a alimentos e comprometem a qualidade da alimentação. A condição moderada reflete restrições na quantidade de comida, principalmente entre adultos. Já a grave envolve escassez generalizada de alimentos, atingindo todos os moradores, inclusive crianças.

A pesquisa utilizou a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), aplicada na PNAD Contínua, para mensurar o grau de acesso aos alimentos em diferentes regiões e grupos sociais.

As regiões Norte e Nordeste apresentaram os maiores índices proporcionais de insegurança alimentar. No Norte, 37,7% dos domicílios enfrentaram algum grau de restrição alimentar, enquanto no Nordeste a taxa foi de 34,8%. Nessas regiões, a insegurança alimentar grave alcançou 6,3% e 4,8% dos lares, respectivamente.

Apesar dos percentuais mais altos nas regiões Norte e Nordeste, os números absolutos mostram que o problema também é significativo no Sudeste, devido ao tamanho da população. O Nordeste soma cerca de 7 milhões de domicílios afetados, enquanto o Sudeste, com índice proporcionalmente menor, acumula cerca de 6 milhões. Isso evidencia que, mesmo em áreas mais desenvolvidas, o volume de pessoas em situação crítica permanece elevado.

A pesquisa revelou que a insegurança alimentar é mais frequente nas zonas rurais, onde 31,3% dos domicílios enfrentam o problema, em comparação com 23,2% nas áreas urbanas. A maior vulnerabilidade no campo é explicada não apenas pela renda mais baixa, mas também pela dificuldade de acesso a uma alimentação variada e suficiente. Mesmo em lares com produção própria de alimentos, a diversidade e a quantidade costumam ser limitadas.

O levantamento mostrou que os domicílios chefiados por mulheres são maioria entre os que enfrentam insegurança alimentar. Em cerca de 60% desses lares, a pessoa de referência era do sexo feminino. Além disso, a maioria dos responsáveis se identificava como parda, especialmente nos casos mais graves. Nos lares com insegurança alimentar severa, 56,9% dos chefes de família eram pardos, contra apenas 24,4% de brancos nessa mesma situação.

A escolaridade também aparece como fator determinante. Nos domicílios em situação de insegurança grave, 65,7% tinham como responsável alguém com, no máximo, o ensino fundamental completo.

A insegurança alimentar grave atinge com mais força as faixas etárias mais jovens. Entre crianças de 0 a 4 anos, 3,3% viviam em lares sem acesso regular e suficiente a alimentos. Entre os adolescentes de 5 a 17 anos, o índice era de 3,8%. A situação era menos crítica entre idosos com 65 anos ou mais, onde o índice era de 2,3%.

A renda domiciliar per capita é um dos principais fatores de risco. Entre os lares com renda de até um salário mínimo por pessoa, 66,1% estavam em situação de insegurança alimentar. Nos casos moderados ou graves, essa proporção chegava a 71,9%.

Todos os níveis de insegurança alimentar apresentaram queda em 2024. A leve passou de 18,2% para 16,4%; a moderada caiu de 5,3% para 4,5%; e a grave recuou de 4,1% para 3,2%.

Essa melhora é atribuída a um cenário macroeconômico mais favorável e à implementação de programas sociais voltados ao combate à fome. O fortalecimento do mercado de trabalho e o aumento da renda das famílias contribuíram diretamente para melhorar o acesso à alimentação. Isso porque, com mais recursos disponíveis, as famílias tendem a priorizar a compra de alimentos.

Nos anos anteriores, especialmente após a crise econômica de 2015, o Brasil enfrentou um cenário de desemprego elevado e perda de renda, o que reduziu drasticamente o acesso das famílias à alimentação adequada. Embora ainda persistam os efeitos dessa conjuntura, os dados de 2024 indicam um caminho de recuperação.


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