A convocação ocorreu após os investigadores recuperarem dados que haviam sido apagados de seus computadores.
A investigação faz parte do inquérito sobre a tentativa de golpe orquestrada por apoiadores radicais do governo anterior, ocorrida em 8 de janeiro de 2023. Os dados recuperados nos dispositivos de Cid e de outros militares têm sido fundamentais para cruzar informações e resultaram na prisão de um policial federal e quatro militares na manhã desta terça-feira, durante a operação “Contragolpe” da Polícia Federal.
Cid, que foi um dos principais assessores de Bolsonaro durante seu mandato, firmou um acordo de delação premiada com as autoridades, comprometendo-se a revelar o que sabe sobre os fatos investigados em troca de uma possível redução de pena.
Contudo, as novas evidências encontradas nos computadores de Cid agora colocam em risco a continuidade desse acordo.
De acordo com um investigador, o delator não tem a opção de omitir informações relevantes durante a colaboração, já que, para garantir os benefícios, ele deve contar tudo o que sabe sobre os crimes investigados. Isso tem levado as autoridades a reavaliar a validade do acordo de colaboração firmado por Cid.
Fontes indicam que Cid está sendo questionado durante o depoimento sobre a omissão de detalhes relacionados a um plano de 15 de dezembro, mencionado na operação “Contragolpe”. A Polícia Federal segue ajustando os detalhes finais da investigação.
A recuperação dos dados dos computadores de Cid foi realizada com o auxílio de um equipamento israelense especializado utilizado pela PF.
Cid, por sua vez, já foi gravado criticando as ações da Polícia Federal, com mensagens obtidas pela revista Veja. A defesa do ex-ajudante de ordens, por sua parte, sempre afirmou que sua conduta tem sido legal e que ele está colaborando plenamente com as investigações.