Alvo de um mandado de busca e apreensão, o cantor Alexandre Pires excluiu do Instagram o nome do empresário Matheus Possebon da lista dos seus “contatos para shows”.
O agente do artista foi preso nesta segunda-feira pela Polícia Federal em uma investigação contra um suposto esquema de garimpo ilegal na Terra Yanomami.
Alexandre Pires e Matheus Possebon. (Foto: Reprodução)
Possebon está preso foi preso preventivamente pela Polícia Federal de Santos, no litoral de São Paulo, após desembarcar do cruzeiro temático do artista. Ele é um dos responsáveis pela Opus Entretenimento, que faz o gerenciamento de carreira de grandes nomes da música brasileira.
Na página de Alexandre Pires no Instagram, o nome de Possebon — que era indicado como seu empresário — foi silenciosamente omitido. Já o perfil do cantor no Instagram como seu site pessoal saíram do ar.
Operação Disco de Ouro
Alexandre Pires e Possebon foram alvo de um mandado de busca e apreensão em um cruzeiro onde se apresentava no litoral de Santos. Segundo as investigações, o artista teria recebido R$ 1.382 milhão de uma mineradora alvo de um inquérito.
A PF aponta que Pires recebeu dois depósitos, de R$ 357 mil e de R$ 1 milhão em suas contas bancárias. A investigação identificou ainda que uma das contas bancárias do músico também chegou a enviar, em uma atividade considerada atípica, R$ 160 mil para a mineradora.
Para os investigadores, essas movimentações financeiras indicam que a conduta de Pires “ignorou a origem do dinheiro e assumiu o risco de ser proveniente de atividade criminosa”.
Ainda de acordo com a PF, “os valores expressivos advindos de uma pessoa jurídica do ramo minerário com artista consagrado nacionalmente é um forte indicativo de ignorância deliberada sobre a origem criminosa do dinheiro de forma a evitar responsabilização criminal”.
A operação foi chamada de Disco de Ouro, e é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022, quando 30 toneladas de cassiterita extraídas de terra indígena que se encontravam depositadas na sede de uma empresa investigada e estariam sendo preparadas para remessa ao exterior.
Desta vez, os agentes descobriram indícios de que foi armado um suposto esquema para a retirada ilegal de cassiterita da terra indígena ianomâmi. O minério, valorizado no mercado internacional, era declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba, no Pará, e supostamente transportado para Roraima para tratamento.
Os assessores da Opus responsáveis pelos cantores citados foram procurados, mas não se posicionaram até a última atualização desta reportagem.
‘Verdadeiro oásis’
Dono de um extenso patrimônio, Alexandre Pires vive numa mansão avaliada em R$ 16 milhões na região da Granja Viana, em São Paulo. A propriedade de dois andares foi posta à venda no fim do último ano. Tem um terreno de 6.902 m² e conta com atrativos como piscina, sauna, estacionamento para 200 veículos, duas cozinhas industriais, ofurô, jardim de inverno.
O cantor também é proprietário de um imóvel em Itapema, em Santa Catarina, estimado em R$ 4 milhões.
E possui um apartamento no condomínio Yachthouse Residence Club, em Balneário Camboriú (SC), no prédio que é considerado o edifício mais alto do Brasil, com 81 andares e 275 metros de altura — e onde Neymar é proprietário de uma cobertura quadríplex. Os apartamentos, por ali, custam, em média, R$ 8 milhões.
*Com informações de O Globo