O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enfrenta desafios significativos devido à disseminação de fake news que distorcem informações sobre as visitas domiciliares realizadas por seus pesquisadores. Essas informações falsas têm gerado desconfiança entre a população, dificultando a coleta de dados essenciais para estudos como a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).
Durante um evento na Casa Brasil IBGE, no Rio de Janeiro, Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios, destacou que as fake news têm sido amplificadas pelas redes sociais, gerando resistência dos moradores em receber os pesquisadores. Ela explicou que as visitas em horários alternativos, como à noite e nos fins de semana, são necessárias para se adaptar à rotina dos moradores, que muitas vezes não estão em casa durante o horário comercial.
As fake news têm um impacto direto nos custos e na logística das pesquisas do IBGE. Segundo Leonardo Santos de Oliveira, gerente da POF, a resistência dos moradores, alimentada por informações falsas, obriga os pesquisadores a realizarem múltiplas visitas, encarecendo o processo.
Para combater os boatos e aumentar a segurança, o IBGE disponibilizou o site Respondendo ao IBGE, onde é possível confirmar a identidade do agente por meio do nome, matrícula, CPF ou RG exibido no crachá.
A Pesquisa de Orçamentos Familiares está em andamento desde novembro de 2024 e segue até novembro de 2025. Ela visita 103 mil domicílios em mais de dois mil municípios do país, com objetivo de entender como os brasileiros consomem, o que compram e quanto gastam.
Até agora, mais de 36 mil domicílios foram visitados — o que representa 35,6% da meta. O ritmo está dentro do previsto, segundo o IBGE.