Pisa: desempenho de alunos brasileiros fica abaixo da média mundial

Os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022, divulgados nesta terça-feira (5), mostraram queda no desempenho de estudantes brasileiros nas áreas de matemática, ciências e leitura. Segundo o relatório, 73% dos alunos não alcançaram patamar mínimo de aprendizagem em matemática, 50% não conseguiram em leitura e 55% em ciências — índices menores que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A edição de 2022 do Pisa é o primeiro estudo em grande escala com dados sobre como a pandemia afetou o desempenho de estudantes ao redor do mundo. A última rodada da avaliação internacional foi realizada em 2018. No ano passado, quase 700 mil estudantes de 15 anos em 81 países foram avaliados. No Brasil, o programa contou com a participação de 14 mil alunos, em 606 escolas de 420 municípios.

O Brasil pontuou 379 em matemática, 410 em leitura e 403 em ciências. Com esses números, o país ocupa a 65ª, 52ª e 61ª posições nas áreas do conhecimento, respectivamente. O desempenho brasileiro em 2022 teve queda de cinco pontos em matemática em relação a 2018, três pontos em leitura e um ponto em ciências. Apesar das pequenas variações para baixo, a análise da OCDE é a de que as notas se mantiveram estáveis.

A organização Todos pela Educação analisa que, se não fossem os impactos da pandemia, o Brasil poderia ter avançado nas pontuações, embora o patamar de aprendizagem permaneça baixo. “Os dados sugerem que o Brasil vinha melhorando seu desempenho nos últimos anos e os impactos da pandemia ‘neutralizaram’ essa melhoria. Seria uma ótima notícia e que, de certa maneira, corrobora com o fato de que apesar da ausência de um projeto mais completo do ponto de vista nacional na última década, passos no sentido correto vinham sendo avançados: expansão da jornada escolar, maior foco na alfabetização, instituição da base nacional comum curricular, fortalecimento do Fundeb e múltiplos casos de avanços expressivos em estados e municípios de médio e grande porte”, destaca.

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