Professora Cássia*
O conceito de juventude é bem mais amplo que a ideia de faixa etária. Quando pensamos em juventude, lembramos de força, vitalidade, esperança, inovação, protagonismo, diversidades histórico e cultural, exercício da cidadania.
Há quem veja os jovens numa perspectiva periférica, de lutas, desafios em busca da construção de identidade e consolidação dos seus projetos de vida, que, para muitos é algo distante ou mesmo impossível de acontecer.
Nas últimas décadas, a juventude brasileira conquistou lugar de fala no debate sobre políticas, conceitos, oportunidades, inclusão, por meio de espaços midiáticos e institucionais, como a Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), responsável pela articulação de políticas públicas para este segmento no país. Um grande e importante avanço.
Contudo, em 2022, a verba destinada ao órgão do governo federal responsável por articular as políticas públicas de juventude no país caiu 93,5% em relação à média dos anos anteriores e apenas 2% da verba da SNJ foi utilizada. Retrato do retrocesso que inclui ainda corte de verbas para as universidades e institutos federais de ciência e tecnologia (IFMAs); a extinção de programas, como o Ciência Sem Fronteiras.
Juventude é sinônimo de oportunidade. É justamente isto que está escasso atualmente no país, marcado pelo desemprego e desmonte da educação. Fato que explica convivermos com altos índices de analfabetismo, grande número de alunos fora da sala de aula em detrimento ao modelo neoliberal, que garante acesso à educação de qualidade a quem pode custear pelo serviço educacional.
Em relação às oportunidades ofertadas pelo mercado de trabalho, os baixos índices de escolarização estão diretamente ligados às atividade laborais. Ou seja, baixa formação ou capacitação é igual ao aumento de desemprego e atividades informais.
Além das problemáticas como as já citadas, há ainda há poucas opções de lazer e atividades culturais, fatores que contribuem para o aumento da criminalidade e marginalização da juventude mais pobre excluindo-a das participações democráticas na construção da cidadania.
As políticas públicas mais atuantes e destinadas à população juvenil estão voltadas para o combate à violência com o intuito de reduzir os altos índices. Não por acaso, as estatísticas mostram que os jovens são alvos principais da violência. Tragédia social sem precedentes.
O ideal é valorizar e orientar o jovem tornando-o participe das estruturações sociais, politicas, econômica e culturais, atender às necessidades das diversidades, garantir igualdade, integrar os jovens ao mercado de trabalho, identificar e criar estratégias para realizações dos projetos de vidas, retomar os avanços e dar voz às representatividades.
Felizmente, no Maranhão, experimentamos avanços significativos, nos últimos sete anos e meio, com a valorização da educação em tempo integral em que nossos jovens desempenham papel de protagonismo nos Iemas (Institutos de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão). Programas, como Agente Jovem Ambiental, Cidadão do Mundo, Trabalho Jovem, Cartão Jovem Universitário, entre outros que oportunizam a este segmento de nossa população inclusão social, experiências transformadoras em suas vidas e no cotidiano da nossa sociedade.
Precisamos aperfeiçoar e ampliar as boas experiências de políticas públicas voltadas para a valorização da população juvenil na educação, mercado de trabalho, saúde e segurança, para que as oportunidades sejam regra e não exceção.
Por força da legislação eleitoral terei que suspender temporariamente os artigos publicados na Central de Notícias, por conta da minha pré-candidatura a deputada estadual. É um desafio novo com objetivo de expressar um projeto coletivo, popular e plural ancorado na esperança, trabalho e coragem.
*Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), servidora pública concursada da rede de ensino de São Luís, cursa Especialização de Psicopedagogia Clínica e Institucional.