Um novo estudo publicado na última terça-feira (13) por pesquisadores sul-coreanos aponta que trabalhar por longas horas pode provocar alterações na estrutura cerebral, especialmente em áreas ligadas à cognição, memória e emoções. A pesquisa foi conduzida por cientistas das universidades Chung-Ang e Yonsei, que analisaram exames cerebrais de 110 profissionais da área da saúde.
De acordo com o estudo, indivíduos que trabalham mais de 52 horas semanais apresentaram um aumento no volume do giro frontal médio, região associada à atenção, memória e linguagem. Alterações também foram identificadas na ínsula, estrutura cerebral relacionada ao controle emocional, autoconsciência e percepção social.
Os pesquisadores utilizaram medidas morfológicas da massa cinzenta para identificar as mudanças, sugerindo que a sobrecarga de trabalho pode impactar diretamente a organização do cérebro.
Outro estudo do mesmo grupo, divulgado em março, já havia demonstrado que profissionais submetidos a longos turnos de plantão têm maior risco de desenvolver gastrite, câncer de mama e distúrbios mentais, como depressão, insônia e tendência ao suicídio. O levantamento também apontou aumento na probabilidade de acidentes de trabalho e lesões ocupacionais.
Apesar das descobertas, especialistas ressaltam que os dados devem ser interpretados com cautela, já que a amostra é limitada e composta apenas por profissionais da saúde. Ainda assim, os resultados reforçam evidências de que jornadas prolongadas podem ter consequências significativas para a saúde física e mental.