A companhia aérea Azul Linhas Aéreas anunciou nesta quarta-feira (28) que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, após meses de dificuldades financeiras e tentativas frustradas de reestruturação extrajudicial. A decisão visa reorganizar sua dívida bilionária e garantir a continuidade das operações.
O anúncio teve impacto imediato no mercado: os ADRs (American Depositary Receipts) da empresa, negociados na bolsa norte-americana, chegaram a despencar quase 30% antes da abertura dos mercados.
O pedido da Azul a posiciona como mais uma entre as companhias aéreas latino-americanas que recorreram ao mecanismo de proteção judicial desde a pandemia, seguindo os passos de empresas como Avianca, Aeroméxico, LATAM Airlines e da rival brasileira Gol.
A empresa vinha, desde 2024, buscando alternativas para reduzir seu endividamento, que se agravou com os impactos econômicos da pandemia e a alta dos custos operacionais.
Segundo comunicado, a Azul informou que já firmou acordos com seus principais credores, incluindo:
Detentores de títulos de dívida;
A arrendadora de aeronaves AerCap e
Parceiras estratégicas como United Airlines e American Airlines
O acordo prevê financiamento no valor de US$ 1,6 bilhão em financiamento para apoiar a operação durante o processo, a eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas e ainda um possível aporte adicional de até US$ 950 milhões em equity (capital próprio)
Além disso, em uma etapa anterior, a companhia havia fechado acordos com arrendadores de aeronaves, eliminando cerca de US$ 550 milhões em dívidas em troca de uma participação acionária de aproximadamente 20%, além de levantar US$ 500 milhões com credores financeiros.
De acordo com a companhia aérea, o pedido de recuperação judicial deve, ao menos temporariamente, frear discussões sobre uma possível fusão com a Gol, que também enfrenta dificuldades financeiras.