A proporção de brasileiros que se declaram católicos atingiu o nível mais baixo desde o início dos registros oficiais. Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56,7% da população brasileira se identifica com o catolicismo — o menor índice já registrado no país.
Apesar da queda, o catolicismo continua sendo a religião com maior número de adeptos no Brasil. Em 1872, primeiro ano de coleta de dados sobre religião no país, 99,7% dos brasileiros se declaravam católicos. Desde então, a participação vem diminuindo progressivamente, com reduções mais acentuadas a partir dos anos 2000. Entre os Censos de 2000 e 2010, a queda foi de 9 pontos percentuais; entre 2010 e 2022, a redução foi de 8,4 pontos.
Ao mesmo tempo, cresce o número de evangélicos, que agora representam 26,9% da população. Embora o ritmo de crescimento tenha desacelerado em comparação com décadas anteriores, o grupo continua em expansão. Já o número de pessoas que se declaram sem religião passou de 8% para 9,4% no período.
A distribuição regional mostra que o catolicismo tem maior presença no Nordeste (63,9%) e no Sul (62,4%). Em 4.881 dos 5.570 municípios brasileiros, os católicos ainda são o grupo religioso predominante. Em algumas cidades do Rio Grande do Sul, marcadas pela influência da imigração europeia, o percentual de católicos ultrapassa 95%.
O levantamento também evidencia diferenças de gênero e cor/raça entre os grupos religiosos. As mulheres são maioria entre católicos e espíritas, enquanto os homens predominam entre os que não seguem nenhuma religião. Em relação à cor, a maior parte dos católicos se declara branca (45,9%) ou parda (44%). Entre os evangélicos, os pardos são maioria, com 49,1%.
O cenário revela uma transformação no perfil religioso brasileiro, marcado por maior diversidade e mudanças nos hábitos de fé da população.