O relatório final da CPI das Apostas Esportivas, conhecido como CPI das Bets, aponta que a influenciadora Virgínia Fonseca cometeu os crimes de estelionato e propaganda enganosa ao promover um site de apostas cujos lucros estariam diretamente ligados às perdas financeiras de seus seguidores. A apresentação oficial do documento ocorre na manhã desta terça-feira (10).
De acordo com o texto, o contrato de Virgínia com a empresa Esportes da Sorte previa o pagamento de 30% sobre o lucro líquido obtido com apostas feitas a partir do link divulgado pela influenciadora nas redes sociais. O relatório destaca que esse lucro é, na prática, equivalente às perdas dos usuários.
A CPI também afirma que Virgínia teria publicado vídeos com simulações de apostas, apresentadas como reais, o que caracterizaria propaganda enganosa com potencial de lesar os consumidores.
Ao todo, o relatório pede o indiciamento de 16 pessoas. No caso de Virgínia Fonseca, a comissão entende que ela usou sua influência digital para promover um serviço de risco financeiro elevado, sem transparência sobre os efeitos para o público.
A influenciadora foi ouvida como testemunha durante os trabalhos da comissão e negou ter recebido pagamentos atrelados às perdas dos usuários.
A CPI das Bets ainda deve votar o relatório final e encaminhá-lo ao Ministério Público e à Polícia Federal, que decidirão se apresentarão denúncia formal.