A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nota nesta quinta-feira (10) criticando a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre todos os produtos brasileiros. A entidade classificou a medida como “injustificável” e prejudicial tanto ao Brasil quanto aos próprios norte-americanos.

Segundo a CNA, a decisão anunciada pelo presidente Donald Trump fere o histórico de cooperação e equilíbrio nas relações comerciais entre os dois países. “Esta medida unilateral não se justifica pelo histórico das relações comerciais entre os dois países, que sempre se desenvolveram em clima de cooperação e de equilíbrio, em estrita conformidade com os melhores princípios do livre comércio internacional”, diz o comunicado.

A taxação foi comunicada oficialmente na quarta-feira (9/7), em carta enviada pelo presidente norte-americano ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com a nova política, o Brasil se torna o país mais atingido entre os 22 alvos da nova rodada de tarifas anunciadas por Trump.

A tarifa geral entra em vigor a partir de 1º de agosto e será aplicada de forma ampla, independentemente das tarifas setoriais já existentes — como as que incidem sobre aço e alumínio. Em abril deste ano, produtos brasileiros já haviam sido taxados em 10% em uma medida anterior da atual gestão norte-americana.

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, o comércio bilateral somou US$ 80,9 bilhões, com exportações brasileiras de US$ 40,3 bilhões e importações de US$ 40,6 bilhões.

No setor do agronegócio, Brasil e EUA competem diretamente em mercados estratégicos como soja e algodão — o que acirra ainda mais as tensões comerciais entre os dois países.