Hugo Motta (Republicanos-PB), negou nesta quinta-feira (7) ter feito qualquer tipo de negociação com a oposição para que os parlamentares desocupassem o plenário da Casa. A declaração foi dada após rumores de que teria havido um acordo para avançar pautas exigidas pelo grupo.
“A presidência da Câmara é inegociável. Quero que isso fique bem claro. As matérias que estão saindo sobre suposta negociação com esta presidência não correspondem à verdade. Não há qualquer vinculação com pauta legislativa. Não negocio minhas prerrogativas com ninguém — nem oposição, nem governo”, afirmou Motta a jornalistas.
Ele também indicou que deve tomar medidas contra os parlamentares que participaram da ocupação, encerrada na noite de quarta-feira (6) após mais de 24 horas. “Providências serão tomadas até o final do dia de hoje”, declarou.
Segundo informações, a Mesa Diretora já elaborou um ato que prevê suspensão de até seis meses para os deputados envolvidos na obstrução dos trabalhos.
Na quarta-feira, após uma série de reuniões, incluindo conversas com o ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL), Hugo Motta conseguiu reabrir a sessão plenária, embora sem votações. Em seu pronunciamento, ele defendeu o diálogo e o respeito à Constituição.
A ocupação do plenário começou na terça-feira (5), em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A oposição também pressiona pela votação da anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro e do projeto que extingue o foro privilegiado. Lideranças do grupo afirmaram que Hugo teria se comprometido a pautar essas matérias, o que foi negado pelo presidente da Câmara.