Brasil tem, em média, dois milhões de viciados em jogos, aponta USP

A facilidade do celular – sempre à mão –, a curiosidade e a vontade de ganhar dinheiro de maneira rápida têm levado muitos brasileiros aos sites de jogos de azar, que são proibidos no país.

Segundo a psicóloga Elizabeth Carneiro, o jogo começa como uma brincadeira, mas pode levar à dependência. Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo aponta que o Brasil possui uma média de dois milhões de pessoas viciadas em jogos.

(Foto: Freepick)

“Depende tanto da vulnerabilidade biológica, a história familiar dessa pessoa para compulsões, quanto questões psicológicas, questões emocionais… e também depende da sociedade, das oportunidades sociais. Se eu vivo numa comunidade onde o jogo não é bem-vindo, em certas religiões, por exemplo, eu posso ter uma vulnerabilidade biológica, mas não vou praticar, porque meu meio social não pratica”.

De acordo com a OMS, Organização Mundial da Saúde, o jogo compulsivo é como uma doença, ao lado da dependência de álcool, por exemplo. E o uso do celular, o tempo muitas vezes ocioso e a oferta crescente de jogos – como do Tigrinho e do Coelhinho, que parecem, mas não são inofensivos – estão atraindo cada vez mais pessoas, como alerta a psicóloga.

“Isso é um grande perigo social. Agora, quando é que a gente sabe que tá passando do normal para o patológico? A gente fala que é quando o jogador começa a jogar para recuperar. Ele não está mais jogando como uma coisa lúdica, ele precisa voltar, virar a noite, pra recuperar o que já perdeu”.

O vício em jogos é um transtorno sério que afeta a vida pessoal, profissional e social das pessoas. Mas nem tudo está perdido. Elizabeth Carneiro ressalta que o tratamento para o transtorno é similar ao de outros vícios: com o auxílio da psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos. Por isso, é importante procurar ajudar de um profissional médico ou psicólogo, para tratar a compulsão.

Com informações da Rádio Agência Nacional

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