Nesta sexta-feira (14) o mundo do cinema brasileiro perdeu uma de suas figuras mais icônicas: Cacá Diegues. O cineasta, que tinha 84 anos , faleceu devido a complicações relacionadas a uma cirurgia.
Carlos José Fontes Diegues, conhecido como Cacá Diegues, nasceu em Maceió, Alagoas, em 19 de maio de 1940, mas foi no Rio de Janeiro que construiu sua carreira extraordinária, começando sua jornada artística ainda na infância. Fundador do movimento Cinema Novo, ao lado de grandes nomes como Glauber Rocha e Leon Hirszman, Cacá foi um dos responsáveis por trazer novas narrativas e estéticas ao cinema brasileiro, desafiando a norma e abrindo espaço para a reflexão social através de suas obras.
Entre os filmes que o consagraram estão “Bye Bye Brasil” e “Deus é Brasileiro”, que refletem não apenas a cultura brasileira, mas também questões sociais e históricas profundas. Sua filmografia inclui mais de 20 longas-metragens, destacando trabalhos como “Xica da Silva”, “Tieta do Agreste”, “Ganga Zumba” e “O Grande Circo Místico”, este último inspirado na obra do poeta Jorge de Lima.
Cacá Diegues também teve uma vida pessoal rica e significativa, sendo pai de quatro filhos, dois deles frutos de seu casamento com a famosa cantora Nara Leão. Desde 1981, compartilhava sua vida com a produtora Renata Almeida Magalhães e era avô de três netos, mostrando que seu amor e dedicação se estendiam além das telas.
A popularidade e o reconhecimento de Cacá na indústria cinematográfica foram também marcados por sua indicação à Academia Brasileira de Letras em 2018, onde sucedeu o amigo Nelson Pereira dos Santos. Essa honrosa posição, ocupada por grandes nomes da literatura e da cultura brasileira, reafirma a importância de Cacá Diegues não apenas como cineasta, mas como um verdadeiro pensador da arte e cultura brasileira.