O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que divide os estados do Maranhão e Tocantins, tem afetado a economia da região. Isso porque a maior parte da renda gira em torno do transporte rodoviário de cargas na BR-226, sobretudo em relação ao escoamento da produção de milho e soja. A mercadoria vem de estados como Mato Grosso, Pará e Piauí. A informação foi dada pela Agência Brasil.
Empreendedores ligados à Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agronegócios das Micro, Pequenas e Médias Empresas de Estreito e Região (Acisape) afirmam que o corredor viário conta com a passagem de mais de 2 mil carretas diariamente.
À Agência Brasil, o vice-presidente da associação, Bernardo Maciel, afirmou que, devido à queda da ponte, empresas foram obrigadas a reduzir suas atividades, inclusive demitir funcionários ou até mudar de cidade para manterem a atuação.
“Tem empresa de implementos rodoviários, por exemplo, que já alugou um galpão em Balsas [cidade no sul maranhense] e está transferindo seus funcionários para não ter que demitir. Tem empresa de acessório de caminhão que foi para Araguaína, já o posto de combustível, que não tem como transferir, alguns estão demitindo os funcionários”, disse.
Após o colapso, aproximadamente 70% das companhias da região tiveram impacto negativo nas suas atividades. Os setores de bens e serviços, como mercados, lojas e restaurantes, por exemplo, foram os mais afetados.
Pedidos de medidas emergenciais
Em meio à situação, associações da região ingressaram com uma ação civil pública solicitando ao Poder Público a adoção de medidas emergenciais, semelhantes às aplicadas em casos extremos, como as cheias no Rio Grande do Sul, por exemplo. As entidades também solicitam a instituição de um fundo emergencial com o intuito de auxiliar as famílias atingidas pelo desabamento da ponte.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) chegou a anunciar o repasse de R$ 793 mil para o município de Estreito (MA) e R$ 397 mil para Aguiarnópolis (TO). Os recursos seriam empregados em ações de Defesa Civil, voltadas para ajudar a conter a crise nas duas cidades.
Vítimas e buscas
Até o fechamento desta matéria, das 17 pessoas desaparecidas em decorrência do acidente, 14 já foram localizadas e três seguem desaparecidas. As buscas continuam com a utilização de embarcações e drones aéreos. As atividades com mergulhos foram suspensas por conta do aumento no volume da vazão do Rio Tocantins, ocasionado pela abertura das comportas da usina hidrelétrica de Estreito.
O DNIT também realizou neste domingo (2) a implosão da parte da estrutura da ponte que ficou intacta. A operação foi realizada por meio de fogo controlado. Também foram utilizados 250 kg de explosivos.
Fonte: Brasil 61