Produto regional, muito cultivado e consumido no Maranhão, a vinagreira roxa é base de um projeto que produz biocosméticos. A ideia é que sejam criados produtos naturais, que preservem a saúde humana e não agridam o meio ambiente.
O projeto é da startup Vinnori e está sendo apresentado na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e é um dos diversos projetos executados com recursos do Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).
A SNCT é realizada pelo Governo do Maranhão, sob coordenação da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e conta com o apoio da Fapema, no Centro de Convenções de Imperatriz. O evento, que foi iniciado na última segunda-feira (16), acontece até sexta-feira (20).
“A SNCT visa ampliar o diálogo entre a comunidade científica e a sociedade, inspirando jovens a seguir carreiras científicas e mostrando como a pesquisa científica pode contribuir para um futuro sustentável. A ideia desta startup, que tem apoio da fundação, vem com a interessante proposta de uso de um produto tipicamente maranhense para produção de alimento e cosméticos naturais e custo reduzido, explorando, de maneira sustentável, potencialidades do nosso estado”, pontuou o presidente da Fapema, Nordman Wall.
A startup Vinnori utiliza a vinagreira roxa, e também verde, alimentos cultivados no Maranhão, para produção de biocosméticos diversos (shampo, hidratante e sabonete) e ainda, de filme comestível, produto de baixo custo que pode substituir a alga nori, item importado e utilizado na produção do temaki e outros alimentos japoneses.
O uso desse filme pode contribuir para baratear a produção de sushi, por exemplo. Os cosméticos desenvolvidos com a planta, são livres de petrolatos e parabenos, elementos considerados tóxicos e prejudiciais à saúde. O projeto foi apoiado pelo Governo do Estado, via Secti e Fapema, no edital Centelha, que tem parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Integrante da startup, Luana Costa Sousa, destaca a viabilidade e benefícios do uso da vinagreira roxa. “Nossa ideia é produzir biocosméticos naturais, em substituição a cosméticos que causam alergias na pele e danos ao meio ambiente. Temos essa filosofia de não usar organismos geneticamente processados e tendo como foco, produtos mais naturais, que garantam mais saúde ao consumidor”, explicou.
Ela destacou, ainda, que o apoio da Fapema é essencial para a divulgação e desenvolvimento do produto “Principalmente pelo apoio à ciência e a inovação, sendo muito importante para avançarmos com nosso projeto”, disse Luana Costa Sousa.
Graduando da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) e integrante do projeto, Adrian Costa da Silva destacou o filme comestível como item viável, competitivo e, em qualidade, equivalente ao importado. “O filme à base da vinagreira tem alto padrão de qualidade e possibilidades diversas de produção, quanto à cor, aroma e sabor. É muito semelhante ao importado, usado atualmente na produção de sushi, sendo de menor custo. A ideia, como o próprio slogan coloca, é contribuir para um futuro alimentar mais sustentável”, ressaltou.
Os produtos são desenvolvidos a partir da vinagreira roxa, obtida nas comunidades rurais de Paço do Lumiar. Essa matéria-prima é beneficiada, utilizando tecnologia patenteada, para ser utilizada como insumo. A produção está na fase de protótipo que será apresentado ao público, com a finalidade de elaboração pesquisa de qualidade e satisfação.